Secadores de mão podem propagar o coronavírus?

Em razão da pandemia de coronavírus, adotamos hábitos de higiene mais rígidos como padrão. Lavar as mãos com água e sabão ou álcool em gel 70% são as formas mais eficientes de matar o vírus e impedir que ele entre em contato com as nossas mucosas.

Porém, qual é a melhor maneira de secar as mãos? Se você pensou em secadores de mão, saiba que eles não são a opção mais adequada, pois diferentemente do que muitos imaginam, o calor não ajuda a matar o vírus ou eventuais bactérias. Sendo assim, quais são as opções mais higiênicas para minimizar as possibilidades de contágio?

Toalhas de papel descartáveis são a melhor escolha

Quando secamos as mãos não estamos apenas removendo a umidade. O atrito das mãos com o papel descartável ou com a toalha ajuda a reduzir a carga de micróbios e bactérias. É por essa razão, por exemplo, que em hospitais e centros médicos não se utiliza secadores de mão de ar quente.

De acordo com um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), esses equipamentos podem aumentar a dispersão de partículas e micro-organismos no ar. Já os rolos de pano são reutilizados ao final, o que também pode representar uma fonte de patógenos. O ideal, portanto, é recorrer a toalhas de papel descartável.

Como higienizar as mãos corretamente no escritório

Isso não significa, em hipótese alguma, que o uso de secadores de ar quente seja proibido ou dispensável. O que salientamos aqui são os níveis de exigência de higienização em um ambiente hospitalar se comparados com o de um escritório convencional. Em ambos os casos, toalhas de papel descartável são a melhor opção.

Porém, toalhas de pano ou até mesmo secadores de mão podem ser utilizados, desde que se tome os devidos cuidados. Ressaltamos ainda que a forma como se lava as mãos é igualmente importante: a esfregação deve ser feita por pelo menos 20 segundos e, posteriormente, as mãos devem ser completamente secas, pois a umidade também favorece a presença dos micro-organismos.

Com relação especificamente ao coronavírus, fica o alerta: secadores de mão não são eficientes para matar o vírus. É um mito que o ar quente é suficiente para matá-lo. Sendo assim, lave as mãos com água e sabão e seque-as corretamente para que a sua higienização seja feita de forma completa. 

Redobre a atenção em locais públicos

Embora nos escritórios exista um controle relativo sobre quais pessoas utilizam um determinado banheiro, isso não se aplica aos locais de grande circulação, como shoppings centers, restaurantes e aeroportos. Se por um lado há economia de papel ao adotar esse tipo de maquinário, por outro aumentam os ruídos, os gastos de energia elétrica e diminui a segurança em termos de higienização. 

De acordo com pesquisas realizadas no Reino Unido, França e Itália, os secadores a jato de ar são basicamente “canhões de bactérias”, podendo transmitir diversas doenças. Cientistas da Universidade de Leeds, no Reino Unido, do Hospital Saint-Antoine de Paris, na França, e da Universidade de Udine, na Itália, descobriram que esses dispositivos dispersam quantidades alarmantes de bactérias no ar e nas superfícies dos locais em que estão instalados.

A diferença mais elevada foi identificada entre a superfície do secador e do dispensador de papel toalha. Em Udine, o secador continha 100 vezes mais bactérias; em Paris 33 vezes mais; e em Leeds, 22.

Por fim, vale lembrar que após utilizar o papel toalha, é imprescindível realizar o descarte correto. Você deve jogá-lo na lixeira e, de preferência, não deve tocá-la com as mãos. O ideal é utilizar lixeiras com acionamento de pedal e que não fiquem destampadas no ambiente. Todo cuidado é pouco e o máximo de higiene que você puder adicionar à sua rotina, certamente trará melhores resultados para todos.