O que é lixo especial e como descartá-lo corretamente?

Como descartar o lixo especial corretamente? Embora a maioria das pessoas tenha uma boa noção de que certos produtos não devem ser descartados juntamente com o lixo comum, muitos ainda não sabem ao certo qual é o procedimento correto para descarte.

O chamado lixo especial responde hoje por uma parcela grande dos itens descartados em lixo comum – e não deveria ser assim. Quando normas técnicas e ambientais não são observadas, o resultado pode ter consequências danosas para a saúde dos trabalhadores que lidam com esses materiais e também para o meio ambiente.

O que é considerado lixo especial?

Por lixo especial consideramos todos aqueles itens cujo descarte feito de maneira inadequada pode causar problemas para a natureza. Isso inclui itens como lâmpadas fluorescentes, baterias automotivas, pilhas, medicamentos vencidos, entre outros itens. Quando esses itens não são descartados corretamente, podem causar dados à saúde e ao meio ambiente.

Apesar de o Brasil possuir leis ambientais consideradas rígidas internacionalmente, na prática estima-se que cerca de 40% do lixo coletado tem destinação inadequada. Em alguns casos, os produtos em questão podem proporcionar riscos físicos, químicos ou infecciosos aos seres humanos, aos animais ou à natureza como um todo.

É o caso de itens que possam ser considerados inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos ou patogênicos. O descarte correto desses materiais deve seguir o que está disposto na norma 10.004/2004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), sendo que o descumprimento da legislação é passível de sanções e multas.

Quais são os riscos que o lixo especial pode causar?

Um bom exemplo para ilustrar o quão nocivo pode ser o lixo especial para a natureza é o das pilhas e baterias. Esses elementos, comuns ao dia a dia de centenas de empresas, quando descartados de forma incorreta podem vazar líquidos tóxicos não biodegradáveis. Isso significa que essas substâncias se acumularão no meio ambiente, podendo causar riscos à saúde.

Por esse motivo, itens como esses devem respeitar normas de gerenciamento, transporte e tratamento de resíduos. Em geral, as orientações partem da indústria e dos distribuidores, que adotam metodologias de logística reversa para reaver esses itens e tratá-los de maneira adequada. Porém, cabe às empresas em geral providenciar o descarte e a destinação correta, de acordo com as características do item em questão.

Outro exemplo cotidiano é o dos materiais descartáveis que são utilizados na proteção ao coronavírus. Luvas, máscaras descartáveis e toalhas de papel utilizadas para limpeza das mãos não devem ser expostas em meio ao lixo comum. O contato dos profissionais de limpeza com esses itens pode significar contaminação, pois o vírus pode sobreviver até 72 horas fora do organismo dependendo da superfície.

Como descartar corretamente o lixo especial?

Embora a legislação preveja que essa é uma responsabilidade da indústria que fabrica os produtos, é fundamental que os consumidores colaborem para que os itens cheguem até elas. Se por um lado os fabricantes precisam implantar meios de retorno, descarte e reciclagem de produtos e comunicá-los aos clientes, por outro os usuários precisam cumprir o seu papel nessa cadeia.

Empresas que lidam com resíduos de material de construção, agrotóxicos e produtos químicos já têm políticas como essa implantadas. Porém, quando se trata do consumidor final, como escritórios, lojas e comércios de pequeno e médio porte a situação é mais complexa. Muitos desconhecem as práticas corretas de descarte e outros simplesmente não as priorizam.

Depois de compreender quais itens são considerados “lixo especial”, o segundo passo é encontrar os métodos corretos de descarte que se aplicam à sua cidade. Alguns municípios possuem serviço de coleta de lixo especial, enquanto outros disponibilizam depósitos nos quais esse tipo de material deve ser entregue. Há ainda a alternativa de solicitar ao próprio fabricante que oriente sobre qual é a destinação correta de um determinado item.

Por exemplo, pilhas e baterias podem ser recicladas, virando pigmentos que dão cor a fogos de artifício, pisos cerâmicos, vidros e tintas. Já lâmpadas podem passar por diversos processos, como separação centrífuga, separação Kapp ou processo de Shredder, resultando no reaproveitamento parcial do produto. 

E aí, a sua empresa adota boas práticas de separação e descarte de lixo especial?