As práticas de sustentabilidade estão no discurso da maioria das empresas na atualidade, mas na prática nem todas estão realmente fazendo alguma coisa pelo meio ambiente. A chamada “lavagem verde”, infelizmente, é mais comum do que se imagina.
Identificar as empresas que adotam esse tipo de prática nem sempre é uma tarefa fácil. Muitas vezes, não temos acesso às informações que comprovam o oposto daquilo que o discurso mercadológico afirma. Nesse artigo, vamos conhecer mais detalhes sobre esse conceito e compreender o que é possível fazer para evitar cair nesse tipo de armadilha.
O que é greenwashing?
Greenwashing é uma expressão em inglês que pode ser traduzida como “lavagem verde” ou “pintado de verde”. Utiliza-se essa expressão para indicar empresas, sejam elas públicas ou privadas, que adotam em seu discurso comunicações em prol do meio ambiente ou sobre a importância de serem ecologicamente corretas, mas que na prática nada fazem ou atuam de forma contrária.
Em outras palavras, trata-se de uma estratégia de marketing que visa fazer com que os consumidores associem uma marca ou produto à sustentabilidade. Porém, em termos práticos, esse conceito existe apenas no papel. O greenwashing é considerado uma espécie de propaganda enganosa.
Prática é mais comum do que se imagina
Infelizmente, a prática do greenwashing é mais comum do que se imagina, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Isso porque hoje o apoio às causas sustentáveis é visto como um item importante por parte dos consumidores. É cada vez maior o número de pessoas que toma decisões de compra baseado nos benefícios que uma empresa gera ou não ao se preocupar com o meio ambiente.
Vários aspectos produtivos podem ser caracterizados como lavagem verde. O custo ambiental camuflado, por exemplo, é quando um produto ou serviço diz poupar recursos do planeta em sua utilização, mas na verdade impacta de forma ainda mais negativa na sua cadeia produtiva.
Outra forma, essa mais comum no Brasil, segundo pesquisa, é a falsa apresentação como “ambientalmente correto”, quando na prática o produto ou serviço gera muitos impactos negativos ao meio ambiente. Por fim, considera-se um tipo de greenwashing a falta de provas que justifiquem as afirmações, ou seja certificações ambientais que comprovem as mensagens veiculadas em propagandas.
Como evitar ser enganado pelas táticas de greenwashing?
Infelizmente, não é tão simples assim. Empresas e consumidores em geral muitas vezes têm pouco tempo ou acesso limitado às informações que possam mostrar o que há de verdade e o que há de mentira por trás de um discurso supostamente ecológico. Por outro lado, as estratégias utilizadas para consolidar esse discurso são cada vez mais sutis, o que faz com que muitos acabem se tornando vítimas.
Em linhas gerais, podemos dizer que a informação é a principal arma contra esse tipo de desinformação. Alguns conselhos simples podem minimizar as chances de que você seja pego de surpresa.
1. Conheça as certificações ambientais: sempre que uma empresa vier com um discurso ecologicamente correto, questione quais são as certificações ambientais que ela possui. No Brasil as mais comuns são a FSC (Forest Stewardship Council), o IBD (Instituto Biodinâmico), o PROCEL, o Ecocert e a ISO 14021.
2. Consulte as certificadoras: não basta que uma empresa afirme possuir tal certificação, é preciso que ela realmente exista ou esteja em vigência. A melhor maneira de fazer isso é confrontar as informações da empresa com as divulgadas pelas próprias certificadoras.
3. Obtenha mais informações sobre os processos produtivos: se não houverem certificações envolvidas, questione os processos produtivos. Se um produto tem em sua embalagem uma indicação de que é “ecológico” então é preciso que isso se justifique de alguma forma durante a sua produção. Empresas que praticam greenwashing costumam negar esse tipo de informação ou fornecer dados vagos.
4. Consulte ONGs e busque informações em fontes confiáveis: por fim, após passar por todas essas etapas, faça consultas na internet ou em páginas de ONGs especializadas em denunciar problemas ambientais. Cheque, por exemplo, se a empresa em questão não esteve recentemente envolvida em denúncias ou em práticas que possam ser consideradas nocivas ao meio ambiente.
A decisão sobre qual produto consumir é sempre sua. Não se deixe levar pelos discursos de marketing apresentados pelas empresas. Como consumidor consciente, confronte as informações e busque obter dados concretos que sustentem aquilo que é informado na propaganda.
Se você considera que a sustentabilidade é uma característica que deve ser levada em consideração antes das suas compras, faça a sua parte. Somente com informação é possível confrontar propagandas enganosas que tentam se aproveitar da sua boa fé.
Fonte(s): Waycarbon, Idec, Varejo Abril e Ecycle
