Se por um lado trabalhadores freelancer têm uma certa liberdade para escolher horários e local de trabalho, por outro há o fato de que os rendimentos são mais incertos se comparados aos de funcionários registrados em CLT.
Por isso, saber como controlar as finanças pessoais, se já é importante na vida de qualquer pessoa, se torna ainda mais essencial no caso dos trabalhadores autônomos. Além de planejar gastos com antecedência e criar reservas de emergência, é recomendado evitar parcelamentos de longo prazo.
Neste artigo, listamos cinco conselhos para você organizar as finanças sendo um trabalhador freelancer e evitar que datas incertas de pagamento comprometam suas despesas de primeira necessidade.
Tenha um orçamento
A primeira coisa a ter em mente é que você precisa ter um orçamento mensal definido. Some as suas despesas de primeira necessidade – como aluguel, água, luz, telefone, internet e alimentação – e tente fazer uma reserva que dure entre três e seis meses, no mínimo. Quanto mais você conseguir, melhor.
Por exemplo, suponha que a soma dessas despesas totalize R$ 2 mil. O ideal é que você tenha uma reserva de emergência entre R$ 6 mil e R$ 12 mil. Isso permite que você fique entre três e seis meses sem receber nenhum real e, ainda assim, suas contas não ficarão em atraso. Não se preocupe em juntar todo esse dinheiro de uma vez: guarde o quanto for possível até que você atinja esses valores.
Anote todas as receitas e despesas
Um controle financeiro eficiente é peça fundamental para que você compreenda quanto e como gastar. Anote em uma planilha todas as suas despesas e receitas, sem deixar de lado nenhum centavo. Ter um controle total sobre os gastos o ajudará a identificar em quais itens você mais gasta.
É comum que depois de começar a anotar as despesas as pessoas percebam o quanto gastam em supérfluos no dia a dia, itens que custam pouco, mas somados representam um valor considerável. Atribua limites em cada uma das categorias e, se preciso, espere até o mês seguinte para conseguir comprar um item à vista.
Evite fazer compras parceladas
Como suas datas de recebimento não são fixas, e os valores faturados mês a mês são incertos, fazer parcelamentos de médio e longo prazo pode ser arriscado, especialmente quando se trata de contas com juros altos por atraso. É o caso do cartão de crédito e do cheque especial, por exemplo.
A recomendação é ter cautela. A menos que o item em questão seja de extrema necessidade, prefira juntar o dinheiro e comprar à vista sempre que possível. Ao optar por esse método você ainda poderá negociar um bom desconto, algo que fará com que você economize mais no final das contas.
Aplique a regra 50-35-15
Independentemente do valor que você recebe todos os meses, é preciso que o estilo de vida se adapte à sua realidade financeira. Especialistas recomendam um método chamado 50-35-15, que consiste na forma de divisão dos valores que você recebe todos os meses. A sugestão é a seguinte:
- 50% do salário deve ser para despesas fixas;
- 35% do salário deve ser para despesas variáveis e lazer;
- 15% do salário deve ser poupado para o longo prazo.
Não se atenha a valores, mas sim aos percentuais. Nesse caso, uma pessoa que ganha R$ 3 mil e uma que ganha R$ 10 mil terão padrões de vida diferentes, mas ambos conseguirão poupar o suficiente para manter o mesmo nível de qualidade de vida por alguns meses caso algum incidente aconteça.
Não coloque todos os ovos na mesma cesta
Como não há vínculo empregatício entre freelancers e empresas e, muitas vezes, também não há um contrato com período definido de vigência, colocar todos os ovos em uma só cesta pode significar a perda total de sua renda da noite para o dia caso você perca seus serviços. Por isso, diversificar é um conselho válido nesse sentido.
O ideal é que a origem das suas receitas não seja um único trabalho. Assim, caso você perca um deles, os outros conseguirão mantê-lo saudável financeiramente por mais um período. Busque a diversificação e atenda o máximo de clientes que puder. Dessa forma, eventuais crises impactarão menos nas suas receitas.