A importância do uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual) não é meramente uma formalidade: está na lei. Sempre que a atividade profissional representar algum tipo de risco para o empregado, então ele deverá utilizar algum tipo de equipamento obrigatório para minimizar eventuais danos.
A lista de acessórios inclui óculos especiais, protetores auriculares, máscaras, capacetes, luvas, cabos de segurança e muitos outros. É preciso ficar de olho no que a legislação diz especificamente para cada função. Essas informações podem ser obtidas em consulta ao Ministério do Trabalho ou a uma empresa especializada em segurança do trabalho.
Diminuir os riscos de acidentes e doenças ocupacionais
Infelizmente, quando se trata de certas funções, os riscos são inerentes. Por exemplo, o trabalho de subir em uma torre de energia, por todas as variáveis que ele envolve, sempre será perigoso. No entanto, o uso de EPIs auxilia a minimizar os riscos em potencial aos quais o trabalhador está exposto, como choques elétricos ou quedas.
Contudo, se engana quem pensa que o uso de EPI é destinado apenas a trabalhos de alta periculosidade. Trabalhadores que atuam próximos de maquinário pesado, por exemplo, podem ser obrigados a usarem protetores auriculares em razão do alto índice de ruídos. A exposição constante a esse tipo de situação pode resultar em perdas auditivas significativas.
Atenção: fique de olho na NR 6
O uso de equipamentos de proteção individual é regulamentado pela NR 6. Essa norma técnica estabelece que eles devem ser entregues ao trabalhador de forma gratuita. Além disso, é obrigação da empresa ter supervisores e profissionais responsáveis em garantir que eles sejam utilizados adequadamente nas situações em que se fizerem necessários.
Caso os equipamentos sejam perdidos ou danificados, cabe à empresa repor os itens, novamente sem custo para os colaboradores. Vale lembrar ainda que os itens utilizados pelos trabalhadores com finalidade de proteção devem ter um certificado de aprovação, informando ao consumidor que o item segue as normas determinadas pelo Ministério do Trabalho.
Veja o que diz o texto da NR 6, mais precisamente no subitem 6.6.1, com relação às responsabilidades do empregador no que diz respeito aos EPIs:
- a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
- b) exigir seu uso;
- c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
- d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
- e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
- f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
- g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;
- h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico.
Treinamento para uso correto dos EPIs é essencial
Tenha em mente o seguinte: a responsabilidade pelo uso correto do EPIs pelos funcionários é sempre da empresa. Por essa razão, é fundamental que a companhia forneça não apenas os equipamentos, mas também treinamento adequado para que os colaboradores saibam como utilizar cada um dos acessórios.
Em alguns casos, recomenda-se que sejam promovidos cursos, com certificação para os colaboradores de forma a comprovar que eles têm ciência de como e quando os EPIs devem ser utilizados. Os treinamentos periódicos servem ainda para abordar outras situações como métodos de higiene e conservação, comportamentos de risco que devem ser evitados e check-list de rotinas de segurança durante a utilização dos itens.
Segurança nunca deve ser colocada em segundo plano
O uso de EPIs não deve receber a sua atenção pelo simples fato de ser essa uma exigência legal. Quando falamos de equipamentos de proteção, é a vida dos trabalhadores que está em jogo e, por esse motivo, todos os cuidados possíveis devem ser tomados. Não há como mensurar o valor de uma vida e, por esse motivo, economias nesse quesito devem ser descartadas.
Opte sempre pela aquisição de produtos com qualidade comprovada e que atendam às normas recomendadas pelos órgãos competentes. Na dúvida, consulte profissionais de segurança do trabalho e obtenha deles um parecer técnico sobre a melhor alternativa a ser escolhida. Por fim, se atente ao fato de que é preciso treinar constantemente os seus colaboradores para que eles saibam utilizar corretamente os EPIs.
Tornar a segurança no trabalho um hábito é o melhor caminho para reduzir o número de acidentes e evitar que os seus colaboradores fiquem afastados das suas funções por problemas na execução das rotinas.
